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BIOGRAFIA

Biografia de São

João Batista Scalabrini

Legado

"Doar-se todo a todos"

São João Batista Scalabrini

(1839-1905)

“Os santos e bem-aventurados são as pérolas da Igreja”

            João Batista nasceu em Fino Mornasco, uma vila da província de Como, ao norte da Itália, no dia 8 de julho de 1839. O terceiro de oito filhos, após a escola primária, entrou no seminário da diocese de Como. Após concluídos os estudos  foi ordenado sacerdote em 1863. Ele expressou o desejo de entrar e participar do Pontifício Instituto para Missões Estrangeiras (PIME), mas o bispo o orientou a se tornar professor, e assim foi. Mais tarde foi reitor do seminário menor. Em 1870 foi nomeado pároco da Igreja de San Bartolomeo, uma paróquia na periferia industrial de Como, local onde sensibilizou-se pela situação dos trabalhadores têxteis, dos desempregados e dos inválidos. Além disto redigiu o Pequeno Catecismo para crianças (1875). Foi um estudioso do Concílio Vaticano I. Ele mesmo preparou e proferiu 11 palestras sobre os conteúdos deste Concílio e foi muito elogiado por Dom Bosco. O Papa da época o conhecia muito bem e por isto, em 1876, quando tinha apenas 36 anos, Pio IX o nomeou bispo de Piacenza, Itália.

            Como bispo, escolheu São Carlos Borromeo para seu modelo e, copiou-lhe a  dedicação pastoral, fazendo seu caminho espiritual com muita radicalidade. Ele insistia com o  clero sobre a necessidade dos exercícios espirituais; renovou a disciplina e os estudos nos três seminários, antecipando, desta forma, as reformas de Leão XIII e Pio X. Ele sempre promoveu a concórdia, severamente colocada à prova pelo conflito entre transigentes e intransigentes e entre Rosminianos e Thomistas. Era a favor da conciliação entre a Igreja e o Estado. Foi um pastor exímio, visitou cinco vezes as 365 paróquias da diocese, das quais 200 se localizavam nas montanhas. As dificuldades de acesso não o fizeram retroceder. Essas visitas foram “as mais abençoadas da sua missão de bispo”.

             O bispo Scalabrini convocou três sínodos diocesanos, dedicados à reforma, ao testemunho cristão na Igreja, a importância do sacramento da Eucaristia e  a necessidade da vivência na unidade da Igreja. Ele institucionalizou o ensino do catecismo na forma de uma verdadeira escola e reformou seu conteúdo. Iniciou a primeira Revista Catequética Italiana (1876), publicou o Catecismo Católico (1887) e em 1889 celebrou o Primeiro Congresso Catequético Nacional em Piacenza (o primeiro do gênero na história da Igreja). Por tudo isto, Pio IX o definiu como “Apóstolo do Catecismo”. O bispo de Piacenza dedicou-se incansavelmente aos pobres, especialmente durante a fome de 1879-1880, quando ele também vendeu seu cálice, presente do Papa e seus cavalos. Sentiu a necessidade de fundar um Instituto dos Surdos-Mudos (1879) e a Associação em favor dos cultivadores de arroz, entre outros, em (1903), garantindo-lhe a assistência religiosa, social e sindical destes trabalhadores sazonais. Escreveu, também, um livro sobre as questões sociais: Socialismo e a Ação do Clero.

            A situação migratória do final do século XIX marcou sua vida e sua história. Ele estudou-lhe as causas, realizou inúmeras conferências para solicitar a intervenção do governo italiano, da sociedade civil, e trabalhou para a reforma da legislação.

            No campo da assistência social e religiosa para os migrantes, fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos (1887), das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo (1895) e criou uma associação leiga, a Sociedade de São Rafael (1889), para que atuassem nos portos como protetores e defensores dos que migravam. E, também recomendou ao Papa a criação de uma espécie de secretaria, ou seja, uma Comissão central da Santa Sé para o cuidado de todos os migrantes. Em seu zelo apostólico visitou os missionários e missionárias em terras distantes: em 1901 foi aos Estados Unidos e em 1904 esteve no Brasil visitando migrantes, missionários e missionárias.

            Sua extraordinária atividade como pastor do rebanho a ele confiado eram o  resultado de uma alma completamente dedicada a Deus, que encontrava seu alimento na Eucaristia; sabia aceitar a cruz de cada dia e que assim o fazia suplicar:  Fac me cruce inebriari! Deus nos educa com os sofrimentos e cruzes da vida. Dom João Batista Sclabrini nutria uma devoção filial a Nossa Senhora. Sua total dedicação a Deus e ao próximo necessitado levou-o a assumir como seu, o projeto de São Paulo: “Ser tudo para todos”. Concluiu sua carreira fecunda nesta terra ao primeiro de junho de 1905.

            Após um longo processo canônico, o Papa João Paulo II, declarou-o como bem-aventurado em 09 de novembro 1997. A alegria de poder invocá-lo como bem-aventurado se prolongou por 25 anos. E durante o “Ano Scalabriniano” (09/11/2021-09/11/2022), a Família Scalabriniana intensificou a oração de intercessão ao bem-aventurado fundador e, finalmente, a graça da canonização tornou-se realidade em 09 de outubro de 2022.  A celebração de ver reconhecida a santidade do Fundador encheu de santa alegria o coração dos ‘filhos e filhas’ que seguem seu carisma.

            O Carisma Scalabriniano que convoca a pessoa devota a viver como viveu São João Batista Scalabrini, uma intensa vida de união com Deus pela oração (dimensão vertical do carisma), e a um fecundo serviço aos migrantes e refugiados que mais necessitam da atenção dos seus missionários e missionárias (dimensão horizontal do carisma). Agora podemos invocar sua intercessão, rezando:

São João Batista Scalabrini, rogai por nós!

Ir. Leocadia Mezzomo

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